O Brasil ainda é um país refém dos combustíveis fósseis, desde os anos de 1950 que é privilegiado o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário. Depois de 11 dias da greve dos caminhoneiros, à beira de uma crise seca e um prejuízo avaliado em R$ 16 bilhões para a economia nacional, segundo o Ministério da Fazenda. Restou uma opção em mente: buscar uma solução sustentável e alternativa.
E uma alternativa viável é a produção e consumo dos Veículos Elétricos ou VEs, estima-se que haja cerca de 10 mil veículos elétricos ou híbridos em circulação no país, menos de 0,3% da frota estimada em 36 milhões no país. “O elétrico se desenvolve no Brasil graças à comunidade internacional, não por uma política governamental”, pontua Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).
Para alguns engenheiros, como é o caso do engenheiro elétrico Ricardo Takahira, membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos, a dependência do uso de combustíveis fósseis diante das outras formas ficou ainda mais alarmante depois dessa greve dos caminheiros. Esse tipo de automóvel foi projetado pensando na acessibilidade e sustentabilidade, como prova de que é possível fabricar carros de valor acessível, eficientes e não poluentes. O Brasil ainda é um país feito para motor a combustão, não para elétricos. Ele tem avançado nesse quesito, mesmo que de forma ainda tímida, para se ter uma noção, até maio desse ano houve um aumento de compras de 65% tomando como comparação o mesmo período do ano passado.
Uma das explicações mais plausíveis para estarmos ainda distantes do consumo desse tipo de automóvel é o fato que o Brasil entrou tardiamente no mercado, a primeira venda de um veiculo elétrico ocorreu em 2006 e, só em 2016 ela atingiu a casa dos três dígitos. Se em 2018 tem sido um ano-chave para o desenvolvimento desse segmento, especialistas concordam que uma aceleração no ritmo de crescimento passa necessariamente por políticas de desenvolvimento governamentais.
Se tomarmos como norte os três países que mais compraram carros elétricos em 2017, em relação ao total de carros vendidos, foram a Noruega com 39%, Islândia com 12% e Suécia com 6%. Marcos Munhoz, vice-presidente da GM Brasil, defende que os veículos elétricos são uma realidade – o que vai persistir é a sua velocidade de penetração. Ainda segundo ele, “Se você olhar o perfil do brasileiro, ele é super-rápido com novas tecnologias. É só ver um celular, internet… ele adota tudo muito rápido, mais do que o europeu”.
Um estudo realizado pela Electric Vehicle Outlook 2017, da Bloomberg New Energy Finance, estimou que o consumo de carros elétricos aumente durante os próximos anos. Entre os anos de 2025 e 2030, o preço do carro elétrico poderá vir a ser ainda menor em comparação a carros movidos a gasolina e álcool. Parte das montadoras têm divergido quanto ao avanço dos veículos movidos puramente por eletricidade, enquanto que algumas apostam nos híbridos (cujas baterias são recarregadas enquanto o carro roda com combustível) ou híbridos plug-in (que devem ser ligados a uma tomada), o restante ainda aposta pesado em motor a combustão.
Henrique Miranda, gerente de marketing e produto da BMW, diz que carros híbridos podem ser a porta de entrada para o aumento de vendas nesse segmento. “Para quem tem receio, é melhor começar com o híbrido. Creio que grande parte dos compradores não vai querer voltar ao motor em combustão”. Com a melhoria da infraestrutura, é possível mensurar que, em breve, esses caros elétricos poderão ser uma realidade no país, para isso basta o governo investir.

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